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A meta fiscal não pode ser o único indicador de como anda a economia, diz ex-presidente do BNDES

O economista e ex-presidente do BNDES Luiz Carlos Mendonça de Barros defendeu que a meta fiscal não pode ser o único indicador sobre a economia de um país.

Em entrevista ao WW, ele criticou a fixação excessiva no equilíbrio fiscal e argumentou que, embora seja um aspecto relevante, não deve ser o único fator considerado na análise econômica.

Mendonça de Barros comentou a recente elevação da classificação de risco do Brasil pela agência Moody’s, afirmando que a reação negativa de alguns economistas foi exagerada.

“Acho muito estranho alguns economistas até radicalizarem a crítica à Moody’s, como se fosse uma empresa ou uma instituição que não tivesse uma longa história”, disse.

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Perspectiva histórica e crítica ao conservadorismo econômico

O ex-presidente do BNDES traçou um paralelo histórico, mencionando sua longa experiência no mercado financeiro e criticando o que ele chama de “grupo de economistas da Faria Lima”.

Segundo ele, esse grupo se caracteriza por um pensamento conservador e liberal que se alterna na economia brasileira há décadas.

“Essa diferença tem uma marca, eu acabei me direcionando muito mais como um economista de pensamento keynesiano do que esse grupo de pensamento mais conservador”, explicou Mendonça de Barros, destacando sua divergência em relação à visão predominante.

Pandemia e desequilíbrio fiscal

Mendonça de Barros atribuiu o atual desequilíbrio dos gastos públicos à má gestão da crise durante a pandemia.

Ele argumentou que houve um pânico generalizado no início da crise sanitária, levando a decisões econômicas questionáveis.

“A pandemia quando veio era uma coisa nova, houve um pânico no mundo todo de quem cuidava da economia, seja governo ou empresa, banco”, afirmou.

O economista mencionou que o então ministro da Economia, Paulo Guedes, aumentou os gastos públicos em cerca de 10% do PIB, um número que ele classificou como “monstruoso”.

Apesar das críticas, Mendonça de Barros reconheceu que o déficit fiscal está diminuindo mês a mês, projetando um resultado de 0,5% a 0,6% ao final do ano, o que considera “muito razoável”.

Ele concluiu enfatizando a importância de uma análise econômica mais abrangente, que vá além da fixação exclusiva no equilíbrio fiscal.

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