Café fica mais caro graças ao calorão e à seca no Brasil

O preço do café não para de subir no Brasil, e o aumento dos preços está diretamente ligado com as questões climáticas. O calorão e a seca histórica que afetam o país têm atrapalhado o cultivo do item indispensável na vida dos brasileiros. Comprar o cafezinho está realmente mais difícil e pode ficar ainda mais, com aumento de 10% a 15% nos próximos dois meses.
Clique e siga o Canaltech no WhatsApp Café ajuda a reduzir risco de diabetes e até derrame, segundo mega estudo
“O café vem sofrendo com o clima seco desde 2021”, afirma Celírio Inácio, diretor executivo da Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC), em comunicado enviado ao Canaltech. “Não foi diferente com a safra de 2024 e já está trazendo preocupações com a próxima safra, especialmente nas regiões produtoras de Minas Gerais e Espírito Santo”, acrescenta.
No mês de agosto, o valor do café moído subiu 3,7%, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Quando se olha a variação nos últimos 12 meses, é possível ver que o custo o para consumidor aumentou em mais de 16%, o que está acima da inflação geral. O preço médio é de R$ 39,63 por quilo.
–
Entre no Canal do WhatsApp do Canaltech e fique por dentro das últimas notícias sobre tecnologia, lançamentos, dicas e tutoriais incríveis.
–
Falta de chuva impacta o café
“A falta de chuva durante os períodos críticos, como a florada que acontece entre setembro e outubro, resulta em perdas expressivas tanto em volume quanto em peso na saca”, detalha Inácio.
Falta de chuvas, seca e calor excessivo atrapalham cultivo de café no Brasil e elevam os preços para o consumidor (Imagem: Nuchylee/Envato)
Com as condições climáticas adversas, a planta acaba não se comportando da forma esperada e os grãos pesam menos que o normal. Então, é preciso de um número maior de grãos para preencher uma mesma saca, o que tem implicações diretas nos custos.
“Mesmo com [a adoção de algumas] medidas, com a irrigação, a situação permanece difícil em muitas áreas, já que as chuvas previstas não têm sido suficientes para reverter esse cenário”, relata.
Vale lembrar que a crise hídrica está longe de ser um problema exclusivo do café. O governo federal está discutindo a volta do horário de verão devido à seca, já que a produção de energia pelas hidrelétricas é comprometida nesse cenário. Isso pode elevar o preço da conta de luz.
Até onde vai o preço do café?
“O [café] conilon já acumulou mais de 114% de aumento e o arábica na casa dos 80%, enquanto a indústria repassou cerca de 40%”, explica Inácio. Todos esses repasses acabam impactando o custo do produto final para o consumidor, como mostra o IPCA.
“O total do aumento [para o consumidor final] ainda não é conhecido pela ABIC, mas, diante do aumento no preço da matéria-prima, a expectativa é que o valor do café suba de 10% a 15% nos próximos 40 ou 60 dias”, detalha o porta-voz.
O aumento ainda não foi repassado todo por causa dos supermercadistas, já que eles buscam negociar com as marcas. “A variação do aumento dependerá diretamente do número da safra declarada, fato que ainda não aconteceu, bem como pelo desenrolar dos problemas climáticos”, completa.
Leia a matéria no Canaltech.