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Como a Lua surgiu? Teoria sugere que ela é rocha espacial “roubada” pela Terra

Os cientistas planetários acreditam que a Lua se formou dos detritos deixados por uma colisão de um corpo planetário com a Terra — ao menos é o que diz a teoria mais aceita sobre a origem do nosso satélite natural. Agora, pesquisadores da Universidade Estadual da Pensilvânia, nos Estados Unidos, sugerem que talvez este não seja o caso.

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Como a Lua se formou?  A Lua pode ter se formado apenas algumas horas após colisão de Theia com a Terra

Darren Williams é professor de astronomia e astrofísica na instituição, e Michael Zugger, engenheiro e pesquisador por lá. Em um novo estudo publicado na revista The Planetary Science Journal, eles propõem que, na verdade, nossa Lua pode ter sido capturada durante um encontro entre a Terra jovem e algum objeto rochoso binário.

Este objeto seria a Lua propriamente dita e algum outro corpo rochoso. Neste caso, a gravidade da Terra teria separado os objetos binários um do outro e “roubado” um deles (a Lua), transformando-o em um satélite natural da Terra. 


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Apesar de a teoria mais aceita sobre a formação lunar trazer outra explicação, Williams observou que mesmo esta ainda tem perguntas sem resposta. Por exemplo: ele observa que, se a Lua tiver se formado de uma colisão planetária e nascido dos detritos liberados pelo impacto, ela deveria orbitar a Terra acima do equador.

A teoria mais aceita atualmente diz que a Lua teria se formado após o impacto de um corpo planetário com a Terra (Imagem: Reprodução/Smithsonian Air and Space Museum)

No entanto, não é isso que acontece. “A Lua está mais alinhada com o Sol do que com o equador da Terra”, observou o pesquisador. Por outro lado, no cenário em que a Lua foi capturada, sua órbita teria que ter começado com trajetória altamente elíptica; com o tempo, as interações das marés gravitacionais teriam mudado o formato da órbita. 

Williams acrescentou que, hoje, as marés gravitacionais da Terra ficam um pouco à frente da Lua. “A maré alta acelera a órbita, dá um impulso, um empurrãozinho. Com o tempo, a Lua se afasta”, acrescentou ele. Se nosso satélite natural estiver mais perto da Terra, o efeito é invertido — e é o que teria acontecido após a captura. 

Através de cálculos das marés e das mudanças no tamanho e formato da órbita lunar, a equipe concluiu que a órbita elíptica lunar inicial diminuiu ao longo de milhares de anos. Além disso, a órbita também teria sido contraída ao longo de milhares de anos e ficado gradualmente mais circular até chegar ao que vemos hoje. 

Após a Lua ficar sempre com o mesmo lado voltado para a Terra enquanto orbita nosso planeta, a evolução das marés foi invertida, fazendo com que ela se afastasse de pouco a pouco. Atualmente, a Lua fica 3 cm mais longe da Terra a cada ano. “A Lua está tão longe agora que o Sol e a Terra estão competindo por sua atenção”, brincou Williams. “Ambos estão puxando-a”, acrescentou.

Os autores acreditam que os resultados representam uma nova possível explicação da origem do nosso satélite natural, sendo que antes havia apenas uma possibilidade. “Isso abre uma ‘arca do tesouro’ de novas perguntas e oportunidades para estudos futuros”, finalizou Williams. 

Leia a matéria no Canaltech.

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