Impacto do conflito não será medido em Israel ou Irã, mas dentro da ONU, diz professor à CNN
O recente ataque do Irã a Israel com centenas de mísseis elevou as tensões no Oriente Médio, mas o verdadeiro impacto desse conflito será sentido nas Nações Unidas, segundo o professor de Relações Internacionais da ESPM Leonardo Trevisan.
Em entrevista ao Bastidores CNN, Trevisan afirmou: “O impacto dela não será medido em Teerã e nem em Tel Aviv. O impacto está em Washington”.
O especialista ressalta o papel crucial dos Estados Unidos na mediação do conflito, especialmente em conter possíveis retaliações de Israel.
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Resposta israelense e divisões internas
Trevisan especula que a resposta de Israel ao ataque iraniano provavelmente será semelhante à sua reação ao ataque simulado de abril, quando Israel atingiu um prédio de radares próximo ao maior complexo nuclear iraniano em Isfahan.
“Eu desconfio que Israel fará algo nessa mesma medida, com um recado ainda mais incisivo mostrando o que eles podem fazer”, disse o professor.
O especialista também destacou as divisões internas em Israel, mencionando a influência dos grupos ultraortodoxos no governo de Benjamin Netanyahu.
“Se você me disser que o governo de Israel está hoje dependente dos ultraortodoxos e fazendo a política dos ultraortodoxos, eu te diria que não há dúvida nenhuma”, afirmou Trevisan.
Desafios diplomáticos
A situação é ainda mais complexa devido às pressões internas em ambos os países. Trevisan lembrou a recente viagem de Netanyahu ao Conselho de Segurança da ONU, onde o primeiro-ministro israelense mudou sua posição sobre um possível cessar-fogo devido à pressão de membros de seu gabinete.
O professor concluiu que o desafio agora é conter as cisões internas tanto em Israel quanto no Irã, enquanto se busca uma solução diplomática para evitar uma escalada ainda maior do conflito.
A comunidade internacional, especialmente os Estados Unidos e a ONU, terá um papel fundamental nesse processo de mediação e contenção das hostilidades.
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