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Maior organismo do mundo está sendo comido lentamente

Pando, a maior colônia de clones de álamo-trêmulo do mundo e maior organismo vivo do planeta em termos de massa, está sob ameaça — e, desta vez, não pelo ser humano. Manadas de cervos e uapitis, com a falta de lobos e leões-da-montanha para controlar sua população, estão pastando os brotos jovens da floresta, ameaçando seu futuro.

Clique e siga o Canaltech no WhatsApp Gravação inédita captura sons do maior organismo vivo da Terra Pando, o maior organismo vivo do mundo, está em perigo

São 43 hectares, 40 mil troncos individuais e 6615 toneladas localizadas no estado americano de Utah. Acredita-se que Pando — cujo nome, em latim, significa “eu me espalho” — esteja no planeta há cerca de 14.000 anos, mesmo que a maioria das árvores que o compõe vivam “apenas” cerca de 130 anos. A floresta abriga um ecossistema de cerca de 68 espécies de planta e diversos animais.

O maior organismo do mundo e suas ameaças

O Serviço Nacional de Florestas dos Estados Unidos protege Pando do desmatamento, mas a natureza não dá trégua ao organismo. Leões-da-montanha e lobos tiveram um declínio populacional que acabou aumentando os bandos de cervos e uapitis na região, animais que buscam abrigo nas árvores e acabam se alimentando dos brotos.


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Vista aérea de Pando, o maior organismo vivo do mundo, composta por uma colônia clonal de álamos-trêmulos (Imagem: Lance Oditt, Friends of Pando/CC-BY-4.0)

Indivíduos de álamo-trêmulo mais velhos morrem ao longo do tempo, permitindo a entrada de luz, que estimula novos clones a crescer. Quando a pastagem dos animais elimina suas folhas, no entanto, os brotos morrem, então grandes porções de Pando estão com poucas mudas novas.

Apenas uma seção fechada para a remoção de árvores mortas ficou sem a pastagem dos herbívoros, permitindo o crescimento de clones e rendendo o apelido de “Jardim dos Bambus”, já que virou uma área de floresta densa. Algumas outras ameaças existem, como doenças, principalmente cancro da casca fuliginosa, mancha foliar e ameaças fúngicas.

As mudanças climáticas também podem ser um problema, já que geram pressões evolutivas com o calor. Pando surgiu após a última Era do Gelo e viveu em um clima estável desde então — sua região é alpina, mas cercada por desertos, se acostumando com secas e altas temperaturas.

Representação dos diferentes estados da floresta — onde os herbívoros frequentam, a quantidade de brotos novos é perigosamente baixa (Imagem: Lael Gilbert/Utah State University)

O problema é que o tamanho e o tempo de vida das árvores ficam ameaçados pelas mudanças rápidas do clima, gerando problemas para seu ecossistema, como a falta d’água. Isso, indicam estudos, diminui a capacidade de criar folhas novas, o que diminui a cobertura vegetal.

Esforços governamentais e outros espontâneos, como a iniciativa “Amigos de Pando”, surgiram para documentar o organismo, descobrindo porque ele é tão resiliente e como protegê-lo das ameaças, tanto presentes quanto futuras.

Leia a matéria no Canaltech.

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