McDonald’s não deu permissão para Trump fritar batatas e nega apoio ao republicano
O McDonald’s entrou para a eleição de 2024, ganhando atenção particular no fim de semana quando o ex-presidente Donald Trump serviu batatas fritas em Feasterville-Trevose, localizado na Pensilvânia. No entanto, o McDonald’s não teve nada a ver com a visita de Trump.
A empresa opera em um modelo de franquia, o que significa que a grande maioria de seus locais são de propriedade e operação independentes.
Embora os proprietários de franquias tenham que obedecer a certas diretrizes em seus acordos com a empresa controladora, eles são livres para convidar candidatos políticos para servir batatas fritas sem a adesão do McDonald’s.
A empresa disse no último domingo (20), em um memorando interno aos funcionários obtido pela CNN, que não convidou Trump nem deu importância à atenção que a eleição trouxe a ele — mas destacou que o McDonald’s continua sendo uma parte essencial da vida cotidiana americana para milhões de pessoas.
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“Como vimos, nossa marca tem sido um assunto constante nas conversas deste ciclo eleitoral. Embora não tenhamos buscado isso, é uma prova de quanto o McDonald’s ressoa com tantos americanos”, disse a empresa em seu memorando.
“O McDonald’s não endossa candidatos para cargos eletivos e isso continua sendo verdade nesta corrida para o próximo presidente. Não somos vermelhos ou azuis – somos dourados.”
A carta foi assinada por toda a equipe de liderança sênior dos EUA, incluindo o presidente do McDonald’s, Joe Erlinger.
No evento encenado, Trump vestiu um avental para trabalhar como atendente de frituras e entregou comida às pessoas no local, que estava fechado para o ato da campanha.
O McDonald’s disse que estava orgulhoso que Trump tenha frequentemente expressado seu amor pela marca e que Kamala Harris falou com carinho de seu tempo trabalhando na empresa, ao qual ela frequentemente se referiu durante sua campanha e um refrão que Trump, sem evidências, contestou.
Harris diz que trabalhou brevemente na rede durante o verão de 1983, quando ainda era estudante na Universidade Howard, em Washington.
Ainda assim, alguns clientes e funcionários do McDonald’s se manifestaram contra a empresa após a visita de Trump, criticando o McDonald’s por permitir que o candidato presidencial republicano fizesse campanha em um restaurante.
A empresa esclareceu em seu memorando que Derek Giacomantonio, proprietário e operador da franquia, foi abordado pela polícia local sobre o desejo de Trump de visitá-la e aceitou.
“Ele estava orgulhoso de destacar como ele e sua equipe atendem a comunidade local e fazem comidas deliciosas, como nossas mundialmente famosas batatas fritas”, disse a empresa.
“Ao saber do pedido do ex-presidente, nós o abordamos através das lentes de um dos nossos valores essenciais: abrimos nossas portas para todos.”
Modelo de franquia do McDonald’s
As franquias são uma parte essencial do negócio do McDonald’s, com cerca de 95% de todos os estabelecimentos da rede operados por franqueados.
Os operadores pagam uma taxa de royalties para usar a marca McDonald’s e para ter acesso à sua expertise. Eles também ajudam a arcar com outras despesas, como reformas de restaurantes.
A empresa teve problemas com franquias no passado, principalmente depois que um operador do McDonald’s em Israel ofereceu descontos a soldados e forças de segurança após o ataque do Hamas em 7 de outubro.
Depois que as notícias da promoção foram disseminadas nas mídias sociais, muitos clientes começaram a boicotar o McDonald’s em países dominados por muçulmanos — tanto que o McDonald’s citou boicotes do Oriente Médio em seus lucros como um empecilho para seus negócios nos últimos trimestres.
A Starbucks também entrou em conflito com seu sindicato no ano passado, depois que circularam relatos online de que as lojas estavam proibindo exibições de itens alusivo a pautas LGBTQIA+.
A empresa não tinha nenhuma política oficial sobre o assunto — e nenhuma evidência de que isso estava acontecendo amplamente. Mas algumas franquias aparentemente optaram por não permitir que os funcionários decorassem as lojas com bandeiras e outros símbolos, apesar do apoio declarado da empresa ao assunto.
A empresa posteriormente esclareceu sua política sobre exibições de pautas relacionadas ao tema.
Da mesma forma, o McDonald’s disse que a rede tem “kits de ferramentas eleitorais” para lidar com eventos como esse.
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Este conteúdo foi originalmente publicado em McDonald’s não deu permissão para Trump fritar batatas e nega apoio ao republicano no site CNN Brasil.