Pela 1ª vez, cientistas curam diabetes tipo 1 com células-tronco
Na última quinta-feira (26), um relatório da revista Nature revelou uma inédita façanha: cientistas conseguiram, pela primeira vez, curar o diabetes tipo 1 por meio de células-tronco. No estudo, a paciente de 25 anos (cuja identidade não foi revelada) conseguiu atingir um nível saudável de produção de insulina por mais de um ano.
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De acordo com o que os pesquisadores da Universidade de Pequim descrevem, a paciente precisava de “quantidades substanciais” de insulina antes, mas a equipe conseguiu reverter completamente o diabetes.
O grupo extraiu células de três pessoas com diabetes tipo 1 e as reprogramou para um estado pluripotente, para que elas pudessem ser moldadas em qualquer tipo de célula do corpo.
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A seguir, os cientistas usaram essas células-tronco pluripotentes para gerar ilhotas (pequenos grupos de células especiais) produtoras de insulina. Eles também testaram a segurança e eficácia das células em camundongos e macacos.
O procedimento
Feito tudo isso, os cientistas partiram para a próxima fase: a operação, que durou menos de meia hora. Basicamente, eles injetaram as ilhotas nos músculos abdominais da paciente.
É uma técnica diferente do convencional — quando acontecem transplantes desse tipo, as ilhotas são injetadas no fígado, só que lá as células não podem ser observadas.
Logo, ao colocarem no abdômen, os pesquisadores puderam monitorar as células para conseguir remover em tempo hábil se algo desse errado.
Os resultados
Dois meses e meio depois, a mulher estava produzindo insulina suficiente para viver sem precisar de recargas, e parou de sentir os picos e quedas nos níveis de glicose no sangue.
Apesar de empolgados com os resultados, os cientistas agora querem fazer testes em mais pessoas. Também está nos planos ver se as células da mulher continuam a produzir insulina por pelo menos cinco anos.
Cientistas revertem diabetes tipo 1 em paciente (Imagem: Matt C/Unsplash)
Os autores também pensam que há um risco de que o corpo possa atacar as ilhotas. Nesse caso, a mulher já estava recebendo imunossupressores por causa de um transplante realizado anteriormente, então nos próximos pacientes, um dos objetivos é desenvolver células que possam escapar da resposta autoimune.
A cura do diabetes
Estamos cada vez mais perto de procedimentos eficazes no que diz respeito à cura do diabetes: em maio deste ano, por exemplo, cientistas chineses descobriram a cura do diabetes tipo 2. O grupo de Xangai usou células do sangue de um paciente e reprogramou em células-tronco.
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