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Como é feita uma caixa de som JBL? Conheça a fábrica por dentro

As caixas de som da JBL estão entre as mais populares no Brasil, e grande parte delas também é produzida em território nacional. O Canaltech teve acesso completo à fábrica da Harman em Manaus (AM), e acompanhou a produção de speakers de diferentes linhas, além de itens de áudio automotivo e mais.

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O produto de maior destaque entre os feitos em Manaus é a caixa de som Boombox 3, já que 100% das unidades vendidas no Brasil são feitas por lá. Componentes internos, incluindo placas de circuito, são manufaturadas também na cidade, completando uma montagem totalmente nacional.

De acordo com informações fornecidas pela JBL, são aproximadamente 25 mil unidades da Boombox 3 produzidas anualmente. O produto já passou pela análise do Canaltech, com destaque para a sua qualidade de som e versatilidade de conexão na versão Wi-Fi.


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Dentro da fábrica, vimos como é feito o processo de controle de qualidade, que testa 100% das caixas de som antes de chegarem ao público. São múltiplas camadas de testes, envolvendo a ajuda computadorizada para realizar ajustes finos de som entre as frequências de som de 20 Hz a 20 kHz — ou seja, aquelas percebidas pelo ser humano. 

Caixas de som da JBL são produzidas em Manaus (Thiago Fernandes/ModeOn) Produto tem resistência contra água (Thiago Fernandes/ModeOn) 25 mil unidades da Boombox são produzidas anualmente (Thiago Fernandes/ModeOn) Teste de qualidade de som ocorre em sala com isolamento acústico (Thiago Fernandes/ModeOn) Todas as caixas são testadas antes de chegar ao público (Thiago Fernandes/ModeOn) Fábrica da JBL foi visitada pelo Canaltech (Thiago Fernandes/ModeOn)

Entre os testes realizados está o de funcionalidade dos aparelhos, que ocorre com eles ainda abertos. Na sequência, já com o produto fechado e montado, ocorre a avaliação relacionada à qualidade de som.

Já os testes de resistência contra água são feitos, curiosamente, sem a presença de água. O chamado teste de estanqueidade é realizado ao analisar a vedação de ar do produto — onde não passa ar, não passa a água.

Enquanto o Canaltech esteve na fábrica, notamos um fato curioso: os funcionários podem escolher suas próprias músicas para testar as caixinhas. Assim, enquanto circulávamos por lá, alguma música aleatória tocava em algum lugar.

Diretor de operações, Fabrício Gemaque, mostra sistema automatizado da fábrica (Thiago Fernandes/ModeOn) Produção nacional ajuda a aumentar conexão com o público (Thiago Fernandes/ModeOn) Fábrica tem 10 mil m² de área (Thiago Fernandes/ModeOn) Produção alia robôs e trabalho manual (Thiago Fernandes/ModeOn)

O ambiente também chama a atenção por ser bastante limpo, já que todos os processos são pensados meticulosamente nas linhas de produção, para integrar colaboradores e máquinas. Se há uma pausa na esteira, por um motivo qualquer, um sistema automatizado envia um aviso instantâneo para os responsáveis pela coordenação — que acompanham a produção por meio de uma “central de controle” em uma sala própria.

Tudo é feito com um sistema intuitivo de cores, em que bandeiras verdes representam o correto andamento da produção. O amarelo indica causas temporárias, e o vermelho aponta para situações que afetam a linha como um todo — o que acontece de forma relativamente rara.

Mesmo que tenha uma produção relativamente diversificada de produtos da JBL, a fábrica de Manaus não cobre toda a linha vendida no Brasil. Os fones de ouvido, por exemplo, ainda precisam ser importados, e por isso têm custo mais alto do que se fossem fabricados nacionalmente. 

Fabrício Gemaque, diretor sênior de operações, aponta que a produção dos fones de ouvido depende de análise de viabilidade com base em isenções fiscais fornecidas na região, concedidas conforme a classe de produtos. No entanto, não foi divulgada uma previsão concreta em relação a quando isso pode ocorrer. 

Caixas acústicas são produzidas do zero

O complexo industrial possui também uma marcenaria, que serve especificamente para montar caixas em madeira. Especialistas apontam que o material é essencial para manter a precisão na reverberação de som, inclusive em caixas grandes voltadas para espetáculos.

Todos os cortes e furos destas caixas são feitos por meio de um robô, que pode até mesmo trocar a ferramenta necessária para a tarefa. Se ele for programado para alternar entre uma parafusadeira e uma furadeira, por exemplo, ele alcança automaticamente o item necessário.

Complexo industrial fica localizado em Manaus (Imagem: Divulgação/Harman)

Na sequência, as caixas passam pela etapa de pintura, que, na verdade, é um processo expandido. Afinal, compostos de isocianeto e resina se juntam para formar um material mais rígido, cuja experiência tátil é conhecida pelo público.

Identificação com o público brasileiro

Além da Boombox 3, outros produtos feitos em Manaus incluem a Partybox 110 (47 mil unidades) e JBL Encore Essential (30 mil unidades). Conforme o diretor presidente da Harman no Brasil, Rodrigo Kniest, é importante gerar identificação entre marca e público:

“Os produtos JBL estão cada vez mais presentes na rotina dos brasileiros. Acreditamos no potencial da indústria nacional e a expectativa é ampliar cada vez mais o portfólio. Há um alto nível de qualidade nos processos da equipe.”

Em funcionamento desde o ano de 2005, a unidade industrial da Harman localizada na Zona Franca de Manaus fabrica mais de 500 mil produtos por ano para abastecer o mercado brasileiro. No total são 10 mil m² de construção, com 5 mil m² para a fábrica, 4,3 mil m² para depósito e 1,9 mil m² para a área administrativa.

Para o início do ano que vem, a JBL planeja montar em Manaus itens como JBL Partybox Stage 250, JBL Partybox Club 120, JBL Max One, JBL VL28A, entre outros. 

Há alguns dias, a JBL atualizou a sua linha de produtos com baterias substituíveis para modelos PartyBox e Xtreme, o que promete ampliar ainda mais a portabilidade dos produtos.

Setor automotivo exige rigor extra

A mesma planta industrial em Manaus também monta equipamentos de áudio automotivo, instalados na sequência em carros de 22 montadoras diferentes, incluindo a Volkswagen, Ford, Kia, Hyundai, BMW e outras.

Gemaque destacou que o rigor no controle de qualidade precisa ser ainda mais alto nesta parte, já que a reputação das montadoras está em jogo:

“Quem compra um carro não imagina que o sistema de som é feito pela Harman. Se dá algum problema, ele é diretamente associado à montadora”

Testagem dos sistemas multimídia para carros é rigorosa (Imagem: Thiago Fernandes/ModeOn)

Por isso, o nível de erro deve estar muito próximo do zero:

“Imagina se cada fornecedora de uma empresa automotiva apresentar um erro cada? Os carros demorariam muito mais para sair das fábricas!”

Além disso, Gemaque também apontou que o nível de conectividade dos sistemas multimídia tem sido um fator cada vez mais importante para determinar a compra de um veículo. Especialmente em segmentos mais altos, “o conforto é o que fala mais alto”.

O jornalista viajou à Manaus para vistar a fábrica da Harman a convite da empresa.

Leia a matéria no Canaltech.

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