Na ONU, Blinken pede que Maduro dialogue com a oposição da Venezuela
O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, pediu, nesta quinta-feira (26), que o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, dialogue com a oposição após a eleição contestada no país, acrescentando que os EUA estavam prontos para apoiar tal processo.
“Viemos aqui unidos no compromisso de defender os direitos humanos do povo venezuelano e comprometidos em promover um esforço inclusivo liderado pela Venezuela para restaurar o futuro democrático da nação”, disse Blinken em um evento sobre a Venezuela à margem da Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York.
“Isso significa insistir que Maduro se envolva em um diálogo direto com a oposição democrática unida da Venezuela que leve a um retorno pacífico à democracia. Os Estados Unidos e seus parceiros estão totalmente prontos para apoiar esse processo”, completou.
Autoridades eleitorais e o Supremo Tribunal venezuelano declararam o presidente Nicolás Maduro o vencedor da eleição de 28 de julho com 52% dos votos. Mas a oposição diz que as atas das urnas mostram uma vitória esmagadora para seu candidato, Edmundo González.
Alguns governos ocidentais, incluindo os Estados Unidos, alegaram fraude eleitoral.
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Um relatório da ONU da semana passada alegou repressão governamental crescente desde a eleição, incluindo a prisão de menores. O governo rejeitou as alegações.
Blinken disse que manter a pressão nos meses que antecedem a posse presidencial em janeiro é crucial, dizendo que os EUA e seus parceiros devem continuar pedindo ao governo de Maduro que pare de reprimir manifestantes pacíficos e oponentes políticos e liberte incondicionalmente aqueles detidos arbitrariamente.
“Devemos usar todas as ferramentas à nossa disposição para responsabilizar os indivíduos que têm a maior responsabilidade pelos graves abusos de direitos humanos cometidos contra o povo venezuelano, como os Estados Unidos fizeram e continuarão a fazer”, disse Blinken.
“Não podemos nos contentar apenas com declarações conjuntas. Temos que tomar ações conjuntas. Essa é a única maneira de mudar o cálculo de Maduro e seu comportamento”, completou.
A ministra das Relações Exteriores da Argentina, Diana Mondino, alertou no evento que a eleição na Venezuela tem consequências para muitos países.
“Há ventos, ventos autoritários, soprando em nosso continente, e esperemos que não se transforme em um furacão”, disse ela.
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