Casas feitas de fungos poderão ser o lar de astronautas na Lua
A NASA está financiando uma solução para construir habitações na Lua feitas de fungos. O projeto, chamado Mycotecture Off Planet Structures, pode ser um avanço significativo para a permanência sustentável de humanos na superfície lunar.
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Com o alto custo e os riscos envolvidos em levar materiais de construção para o espaço, a NASA aposta no conceito de Utilização de Recursos In-Situ (ISRU), que visa utilizar os recursos disponíveis no local — nesse caso, na Lua.
Embora os recursos por lá sejam escassos, os cientistas afirmam que a água e a poeira lunar são o suficiente para sustentar espécies de fungos capazes de formar materiais mais resistentes que o concreto.
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A tecnologia de construção com fungos, conhecida como micocultura, não é exatamente uma novidade, sendo destaque em aplicações que vão desde a arte até a construção sustentável.
Moldes de construção das estruturas de fungos (Imagem: Reprodução/redhouse/NASA)
Para criar os “tijolos”, a empresa redhouse, parceira da NASA neste projeto, alimenta várias espécies de fungos com matéria orgânica de plantas ou resíduos de construção. O material resultante é aquecido e compactado em blocos extremamente resistentes.
Cientistas como a astrobióloga Lynn Rothschild e outros membros da NASA estão confiantes que a micotecnologia pode ser útil em missões fora da Terra. O plano é criar um molde inflável onde o micomaterial será cultivado a partir de esporos de fungos e algas, usando a água e do regolito lunar para alimentá-los.
A pesquisa sobre os micomateriais também demonstrou que os tijolos oferecem isolamento contra frio e proteção contra micrometeoritos. Além disso, o material de fungo será capaz de bloquear mais de 99% da radiação com apenas 8 cm de espessura.
Cultivo das habitações
As estruturas projetadas para a Lua poderão ser cultivadas em apenas 30 a 60 dias, começando com um pacote selado que inclui um vaso sanitário e uma pia. Este pacote será inflado por gases enquanto sua concha de borracha será preenchida com água e uma mistura de esporos de fungos e algas autotróficas.
O projeto visa enviar os primeiros experimentos para a estação espacial Starlab, prevista para 2028, com um modelo em pequena escala. Uma estrutura em tamanho real deve ser testada alguns anos depois, com planos de expansão para Marte.
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