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Alzheimer: neurocientistas detectam fase oculta de dano “precoce” no cérebro

Um novo estudo do Allen Institute (EUA) chega com a promessa de desvendar parte dos mistérios do Alzheimer precoce, ao exibir um quadro detalhado de como a doença progride no nível celular. Na prática, os cientistas mapearam uma linha do tempo das mudanças celulares e moleculares. 

Clique e siga o Canaltech no WhatsApp Casos de Alzheimer sem sintomas intrigam cientistas Sinais de Alzheimer podem estar na forma como conversamos

No processo, eles identificaram um tipo específico de neurônio inibitório como um dos primeiros tipos de células que se perdem no Alzheimer. O grande objetivo de longo prazo é que essas descobertas possam ajudar em terapias futuras.

Para o artigo publicado na segunda (14) na Nature Neuroscience, foi feita uma análise de mais de 3,4 milhões de células de 84 cérebros.


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O estudo se concentrou em uma região do córtex chamada giro temporal médio, envolvida na linguagem, memória e processamento visual.

“Esta pesquisa demonstra o quão poderosas novas tecnologias estão mudando a maneira como entendemos doenças como o Alzheimer. Com essas ferramentas, os cientistas foram capazes de detectar as primeiras alterações celulares no cérebro para criar uma imagem mais completa do que acontece durante todo o curso da doença”, afirma John Ngai, diretor da The BRAIN Initiative, responsável pelo financiamento do estudo.

Revolução nos tratamentos de Alzheimer

“O novo conhecimento fornecido por este estudo pode ajudar cientistas e desenvolvedores de medicamentos ao redor do mundo a desenvolver diagnósticos e tratamentos direcionados a estágios específicos do Alzheimer e outras demências”, diz um dos pesquisadores, Dirk Keene.

Neurocientistas detectam fase oculta de dano “precoce” do Alzheimer no cérebro (Imagem: Gabitto et al, 2024/Nature Neuroscience)

“Ao estudar indivíduos de pesquisa em todo o espectro da DA, incluindo aqueles nos estágios iniciais da doença, esperamos identificar células vulneráveis ​​no início do processo da doença, muito antes de uma pessoa desenvolver sintomas”, completa a equipe de pesquisadores.

Os cientistas descrevem a criação de um relógio de patologia que informa quais mudanças estão acontecendo nessa região cortical, e principalmente quando.

“Agora temos uma estrutura para organizar a sequência de eventos conforme o Alzheimer aumenta ao longo do tempo”, concluem os cientistas.

Alzheimer precoce

De modo geral, a comunidade científica vem demonstrando preocupação em lidar com a forma precoce da doença. Um estudo do ano passado, por exemplo, revelou que os sintomas de Alzheimer precoce podem surgir a partir dos 30.

Já neste ano,  os cientistas encontraram os principais fatores de risco para demência precoce, como transtorno por uso de álcool, isolamento social, deficiência de vitamina D, diabetes ou doença cardíaca.

Leia a matéria no Canaltech.

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