Saiba o que disseram os candidatos a prefeito de SP na saída do debate

Os candidatos que participaram do último debate do 1º turno da Prefeitura de São Paulo, na TV Globo, na quinta-feira (3), falaram na saída sobre a temperatura do encontro, propostas e conflitos que aconteceram.
Participam do evento:
Guilherme Boulos (PSOL)
Ricardo Nunes (MDB)
Pablo Marçal (PRTB)
Tabata Amaral (PSB)
José Luiz Datena (PSDB)
Foram convidados os candidatos com, no mínimo, cinco representantes no Congresso e os que alçaram ao menos 6% das intenções de voto na última pesquisa Quaest, divulgada na segunda-feira (30).
Leia Mais:
Exame toxicológico, gesso cinematográfico: as falas marcantes do debate em SP
Boulos mostra exame toxicológico e rebate acusações de Marçal sobre uso de drogas
Análise: Nunes foi alvo principal em debate, marcado pelo medo de errar
Veja o que os postulantes à prefeitura paulistana disseram:
Datena
Em sua última fala, Datena, que é jornalista, fez elogios para a imprensa e falou sobre a grande responsabilidade dos veículos de mídia durante a eleição e para a política nacional.
“Acho que a imprensa continua sendo uma das imprensas mais combativas do mundo e é por isso que as instituições são protegidas pela imprensa brasileira”, disse Datena.
“Claro que os poderes são fundamentais, mas os poderes não seriam fundamentais se a nossa imprensa não tivesse coragem de muita gente morta durante o período de exceção, durante ditadura, muita gente criticada, desmoralizada, de uma forma brutal. É impressionante como a gente pergunta, pergunta, porque essa é a nossa função e, de repente, querem desmoralizar a imprensa, isso eu não aceito em momento algum”, relembrou o apresentador.
Sobre o debate, Datena disse que até determinado momento transcorreu tudo bem, mas, posteriormente, com os conflitos, apenas ele parecia um “Gandhi”, em referência ao líder religioso, no meio dos demais concorrentes.
“Eles começaram a se dar porrada por ali. Quase que eu tava saindo fora. Porque foi bacana mesmo, as primeiras partes foram absolutamente democráticas”, citou.
Boulos
No fim do evento, Boulos falou sobre o exame toxicológico que apresentou após acusações de Marçal e disse que ele rebaixa a discussão política.
“Nós estamos a três dias da eleição. Eu já imaginava que essa acusação pudesse vir hoje, inclusive com potencial de dano eleitoral real, por isso decidi acabar de uma vez por todas com essa fase”, explicou o candidato do PSOL.
“Vocês acompanharam, a primeira vez que o Pablo Marçal mentiu dizendo isso utilizou um homônimo, a segunda vez foi essa semana querendo confundir uma internação por depressão com o uso de drogas. A gente sabia que isso poderia vir de novo e isso poderia ter uma ter um efeito eleitoral”, prosseguiu.
O debate, na opinião de Boulos, permitiu “as pessoas fazerem a diferença”.
“Eu acho que ficou claro hoje para quem assistiu ao debate que a mudança de verdade é comigo e com a Marta Suplicy.”
Também declarou que os últimos dias da campanha será de “olho no olho”.
“É isso que a gente vai fazer. Logicamente, vamos seguir intensos e ativos nas redes sociais, dialogando com as pessoas, dialogando também com todos os setores da sociedade, religiosos civis, associações, movimentos sociais, igrejas, com todos sobre as nossas propostas”, declarou.
Tabata
A avaliação do debate para Tabata foi de um encontro positivo.
“Pelo menos eu trouxe muita expectativa da rua, as próprias pessoas estavam me dizendo: ‘Tabata, tem um debate da Globo, a gente vai acompanhar’. Tem muita gente que decide nessa reta final e quem me acompanha sabe que eu estou especialmente animada, porque a gente tá vendo a rua muito boa, as pesquisas começando a crescer”, explicou.
Com isso, o encontro serviu para se apresentar para quem decidirá o voto na reta final de campanha e consolidar com quem já havia decidido, na opinião da candidata do PSB.
De acordo com Tabata, seus adversários não conseguiram fazer um embate de ideias durante os encontros que aconteceram.
“Eu sou a única candidata primeiro que estive nos 11 debates, por que muito machão fugiu no começo da campanha e sempre fazendo um confronto de quê? De projeto, cobrando coerência, trazendo sim incoerências históricas, mas vocês nunca me viram partir para uma mentira e para baixaria. Eu não sou essa pessoa.”
Ainda comemorou seu desempenho nas pesquisas. No último levantamento Datafolha, de 3 de outubro, Tabata oscilou dois pontos percentuais dentro da margem de erro, passando de 9% para 11%.
“Mas graças ao bom Deus e ao povo estou crescendo. Tinha crescido na Quaest e cresci e hoje no Datafolha. E a gente tem muita razão para acreditar que vai seguir crescendo. E o bom gente é que quem decide é o povo, não é robô, não é cúpula partidária, não é artista, não é ninguém, é o povo”, comemorou.
Nunes
O atual prefeito e candidato à reeleição disse estar satisfeito com seu desempenho no debate e citou que uma pesquisa qualitativa feita por sua campanha mostrou que foi seu melhor embate.
“Lógico que você sempre quer estar melhorando. Tudo aquilo que a gente faz na nossa vida a gente quer melhorar, faz uma autoanálise, poderia ser melhor, mas foi muito positivo, deu na nossa ‘quali’ como melhor participação, acho que a gente conseguiu responder tudo, mostrar”, observou Nunes.
Segundo o prefeito, muitas das propostas apresentadas pelos seus concorrentes já estão em andamento na cidade.
“Muitas das propostas já está em andamento. E demonstrar que essa estrutura são financeira da cidade está possibilitando os avanços e a continuidade desses avanços”, prosseguiu.
Em sua opinião, o maior destaque do debate foi o nível apresentado. “A gente conseguiu ter ali um debate mais equilibrado. Em alguns momentos, um pouquinho de ajuste, mas daqui a pouco voltou.”
“A minha participação nos debates, sempre foi essa. Foi com esse intuito da gente poder falar do que fez, do que está fazendo e do que vai fazer. Dizer aquilo que é importante para os 12 milhões de habitantes que vivem aqui.”
Disse ainda que existe a consciência de que há muito trabalho para fazer, “mas que a cidade está estruturada financeiramente” e, que do outro lado, “são só pessoas criticando” sua gestão.
Marçal
Em suas considerações sobre o debate, Marçal elogiou o encontro, mas fez uma crítica sobre descumprimento de uma das regras, quando Boulos levantou o exame toxicológico e não foi punido pela direção.
“Eu cobrei, minha equipe cobrou e não descontaram aquele um minuto conforme a regra”, disse.
Ainda acordo com o candidato do PRTB, ele foi para o local fazer um debate “nobre”, mas Boulos “acabou fazendo graça” e quis lhe chamar para um confronto.
E também fez uma crítica aos encontros. “Sobre o debate foi muito. Acho que teve excesso de debates em relação à Prefeitura de São Paulo. Acho que é o recorde, 11.”
Marçal revelou que irá retirar nesta sexta-feira (4) o gesso que está usando em seu braço após ter levado uma cadeirada de Datena durante o debate da Cultura no último mês.
A questão foi criticada por Tabata durante o debate, que disse que o gesso era falso.
“Eu vou tirar amanhã esse gesso. Já é o segundo. A costela, o sexto arco costal, leva quatro a seis semanas para resolver”, prosseguiu. Marçal afirmou também que está com um problema “na base do polegar”.
O que o eleitor pode e não pode levar para a urna no dia da votação?
Este conteúdo foi originalmente publicado em Saiba o que disseram os candidatos a prefeito de SP na saída do debate no site CNN Brasil.