Tecnologia

Pela 1ª vez, pesquisadores geram embriões de galinhas sem a casca do ovo

Quem veio primeiro, o ovo ou a galinha? Pois cientistas da Okayama University (Japão) levaram esse paradoxo a outro nível ao criar embriões de galinhas sem a casca do ovo! Basicamente, os ovos foram colocados em um recipiente de cultura artificial feito de filme transparente, o que permitiu monitorar o desenvolvimento até a eclosão.

Clique e siga o Canaltech no WhatsApp Quem veio primeiro: o ovo ou a galinha? No futuro, fósseis de frango comprovarão domínio da humanidade no planeta

O sistema foi tão bem-sucedido que vários pintinhos eclodiram com sucesso no final do período normal de incubação e se tornaram galinhas normais.

A ideia em si não é nova: há anos os cientistas têm trabalhado por décadas para tentar desenvolver um sistema de cultura sem casca, mas é a primeira vez que eles conseguiram fazer isso com sucesso.


Entre no Canal do WhatsApp do Canaltech e fique por dentro das últimas notícias sobre tecnologia, lançamentos, dicas e tutoriais incríveis.

Até então, nos sistemas testados ao longo dos anos, os pintinhos não conseguiam se desenvolver normalmente. Eles perceberam que o problema estava em uma membrana da gema que protege a camada de células ao redor do embrião. Essa membrana estava secando no recipiente de cultura, impedindo o desenvolvimento.

Para evitar que a membrana secasse, a equipe colocou os ovos de galinha em um recipiente para gerar movimento contínuo e testou diferentes períodos de rotações: 6 por minuto, 10 por minuto e 28 por minuto.

Desenvolvimento e sobrevivência do embrião

Esse novo método ajudou a evitar que a membrana secasse. Mas veja só: a quantidade de rotações por minuto influenciou diretamente na taxa de sobrevivência do embrião.

6 rotações por minuto: taxa de sobrevivência foi mais alta, mas todos os embriões mostraram sinais de atrasos no desenvolvimento. 10 rotações por minuto: alguns embriões desenvolveram anormalidades, mas a taxa de sobrevivência de embriões normais foi alta. 28 rotações por minuto: todos os embriões apresentaram anormalidades.

A conclusão é que 10 rotações por minuto se mostrou a melhor para sobrevivência e desenvolvimento. Veja todo o processo de desenvolvimento:

Embriões de galinhas sem a casca do ovo (Imagem: Obara et al., 2024/Scientific Reports)

Os cientitas então decidiram dar mais um passo no estudo. Uma das galinhas que eclodiu foi deixada para crescer por um ano, depois sacrificada e dissecada. O resultado foi completamente normal, o que deixou a equipe satisfeita. 

“A visualização em tempo real do desenvolvimento do embrião de galinha ocorrendo dentro de uma casca de ovo opaca é um objetivo importante da biologia do desenvolvimento. Apresentamos um sistema de cultura de embriões de galinha que permite a visualização em tempo real do embrião em desenvolvimento, começando do embrião em estágio de blastoderma  até a eclosão”, diz o estudo, publicado na Scientific Reports.

Leia a matéria no Canaltech.

Artigos relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo