Eleitor usa óculos-espião para filmar voto vendido; como funciona a tecnologia?

No último final de semana foi noticiado no Fantástico, da TV Globo, um caso de um eleitor de Ourilândia do Norte, no Pará, que foi flagrado usando um óculos-espião para comprovar o seu voto durante as eleições municipais deste ano. O caso foi descoberto por uma mesária, que notou a espessura incomum dos óculos e acionou funcionários da Justiça Eleitoral.
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De acordo com o apurado, vários outros eleitores teriam recebido uma quantia de R$ 200 para votar no candidato Irmão Edivaldo (MDB), mas só seria feito o pagamento, após comprovar o voto. O registro deveria ser feito por meio de um vídeo gravado utilizando um óculos-espião para provar que apertaram o seu número na urna.
Mas como funciona a tecnologia do óculos-espião? O Canaltech analisou as imagens divulgadas para a imprensa e foi possível notar que não se trata de um modelo muito específico ou repleto de recursos, como o RayBan Meta ou Echo Frames, por exemplo.
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O acessório apresenta uma pequena câmera embutida entre as lentes. Olhando rápido, o componente quase passa despercebido, mas olhares atentos — como o da mesária — já conseguem notar a câmera.
Os óculos utilizados são muito parecidos com alguns modelos encontrados entre R$ 200 e R$ 500 em lojas na web.
Par de óculos foi usado para comprovar voto no Pará (Imagem: Reprodução/Fantástico)
Além da câmera, eles não possuem recursos muito avançados — apenas um leitor de cartão microSD para armazenar as gravações. Modelos mais avançados, porém, podem incluir uma assistente digital e até um alto-falante para a reprodução de músicas.
É importante destacar que esse tipo de vestível é usado, por exemplo, por pessoas que querem fazer hands-on de produtos, unboxing ou até gravar vídeos em POV.
No entanto, neste caso, eles foram usados para para uma prática ilegal, que é crime no Brasil e os envolvidos podem responder judicialmente: o candidato, por associação criminosa e compra de votos; e os eleitores, por quebra do sigilo do voto e corrupção eleitoral.
Na cabine de votação, não é permitido levar aparelho celular; máquinas fotográficas; filmadoras; equipamento de radiocomunicação; ou qualquer instrumento que possa comprometer o sigilo do voto. A restrição abrange os equipamentos eletrônicos que podem violar o anonimato da votação e prejudicar a liberdade de escolha do eleitorado.
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