Fóssil de dinossauro “galinha do inferno” foi descoberto por um estudante
Uma espécie nova de dinossauro descrita em janeiro tem mais aspectos interessantes do que parece — e tudo sobre o extinto réptil já é curioso, desde o nome Eonephron infernalis (“Galinha-faraônica-da-alvorada-do-inferno”). Além de ter aproximadamente o peso de um ser humano, ele foi descoberto por um estudante de doutorado em paleontologia de vertebrados.
Clique e siga o Canaltech no WhatsApp Aves assassinas eram criadas como galinhas por nossos antepassados Galinha do Inferno | Dinossauro inédito tinha o peso de um humano
É a primeira vez que um estudante descreve um novo dinossauro, marco alcançado na Universidade Estadual de Oklahoma, onde o americano Kyle Atkins-Weltman é discente. O modo como o fóssil chegou à sua mão também é interessante — os restos vieram de um revendedor particular, e eram descritos como sendo de outra espécie.
Descobrindo a galinha faraônica do inferno
Os ossos adquiridos por Atkins-Weltman eram da pata traseira, e foram encontrados na Formação Hell Creek, que já rendeu muitas descobertas à paleontologia. Acreditava-se que eles eram da espécie Anzu wyliei, mais especificamente de um indivíduo juvenil da espécie, maior de que o E. infernalis.
–
Entre no Canal do WhatsApp do Canaltech e fique por dentro das últimas notícias sobre tecnologia, lançamentos, dicas e tutoriais incríveis.
–
Os ossos do fêmur da nova espécie “faraônica do inferno” foram decisivos para a definição de um novo dinossauro (Imagem: Atkins-Weltman et al./PLOS One)
Foi então que análises de histologia (anatomia microscópica) mostraram tratar-se de um adulto, que o estudante de doutorado identificou pertencer a uma nova espécie. O americano era tutor de um lagarto-do-nilo chamado Faraó, que faleceu, o que o levou a homenagear o dinossauro com seu nome.
Outros aspectos do nome científico incluem Eo, que significa “alvorada”, em grego, e Neophron, nome dos abutres egípcios (conhecidos como “galinhas do faraó”). Já infernalis se refere a Hell Creek (riacho do inferno, em tradução livre). Atkins-Weltman pretende seguir com a formação em paleontologia e usar a descoberta, que atribui a toda a equipe, a atrair mais estudantes para sua universidade.
A descoberta do estudante de anatomia e paleontologia ajuda a definir como estavam os dinossauros quando o asteroide caiu na Terra (Imagem: Donald E. Davis/CC BY-SA 3.0)
O achado é importante na ciência por conta de sua época: ele é do Maastrichtiano, entre 72,1 milhões a 66 milhões de anos atrás, a última idade do período Cretáceo. Descobrir a nova espécie mostrou à equipe que havia pelo menos três tipos diferentes de um mesmo gênero de dinossauro na Formação Hell Creek, ou seja, uma diversidade e uma ecologia maiores do que se esperava.
Alguns estudos sugerem que, antes da extinção pela queda do meteorito no final do período Cretáceo, os dinos já estavam em decadência, mas o achado reforça que sua diversificação ainda se encontrava em franco avanço no continente da Laurásia, o que provavelmente manteve os grandes répteis em crescimento estável até a queda do asteroide.
Leia a matéria no Canaltech.