Líder supremo do Irã sinaliza ao mundo árabe que o país não se dará por vencido, diz professor à CNN
O discurso do líder supremo do Irã, Ali Khamenei, sinaliza ao mundo árabe que o país não se dará por vencido frente a Israel, segundo análise do professor Augusto Teixeira, especialista em Relações Internacionais da Universidade Federal da Paraíba (UFPB).
Em entrevista à CNN Brasil, Teixeira destacou que a manifestação pública de Khamenei representa uma escalada no conflito entre Irã e Israel. “Quando o líder supremo da teocracia iraniana se posiciona dessa forma, ele não apenas posiciona o regime em favor do Irã num contexto bélico em ascensão em relação ao Estado de Israel, mas também sinaliza para o mundo árabe, para o mundo islâmico na sua magnitude, que o Irã não se dará por vencido”, explicou o professor.
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Ameaça como estratégia de negociação
Apesar da retórica agressiva, Teixeira avalia que nenhum dos países envolvidos no conflito tem a real intenção de iniciar uma guerra total na região. “Na verdade, nenhum dos lados tem uma intenção clara de uma escalada para uma guerra regional total, mas sim o elemento de violência, a ameaça de violência é importante para que posições do campo político diplomático venham a ser estabelecidas em mesas de negociação futura”, afirmou.
O especialista alertou, no entanto, que um conflito direto e escalado entre Irã e Israel poderia engolfar toda a região do Oriente Médio, com graves consequências geopolíticas.
Objetivos indefinidos
Questionado sobre os objetivos de cada lado no conflito, Teixeira ressaltou a dificuldade em definir claramente o que seria considerado uma “vitória” para Israel ou para seus antagonistas. “É muito difícil entender qual é a teoria da vitória por parte de Israel ou dos seus antagonistas”, disse.
Em relação ao Líbano, o professor explicou que Israel busca empurrar o Hezbollah para além da linha do rio Litani, garantindo segurança para sua população civil na região norte. Quanto ao Irã, o objetivo israelense seria degradar as capacidades balísticas e, principalmente, nucleares do país persa.
Teixeira alertou, contudo, que uma ação contra as instalações nucleares iranianas poderia ter consequências graves, incluindo uma possível crise energética global, já que o Irã ameaçou retaliar atacando ativos energéticos em todo o Oriente Médio.
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