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Micróbios são encontrados vivos em rocha de 2 bilhões de anos

Uma equipe internacional de cientistas, incluindo membros da Universidade de Tóquio (Japão), encontrou uma colônia de microrganismos “selada” em uma rocha com 2 bilhões de anos, na África. Com uma taxa muito baixa de evolução, esses seres dão pistas sobre como era a vida primitiva no planeta Terra e sobre o que poderemos encontrar em outros planetas, como Marte.

Clique e siga o Canaltech no WhatsApp Ecossistema oculto de micróbios resiste a 4 m de profundidade no Atacama Número exorbitante de microrganismos vive em locais subterrâneos

A descoberta é um novo marco para a ciência, já que o recorde anterior de depósito geológico mais antigo com micróbios vivos era de uma rocha de 100 milhões de anos, localizada no subsolo do Oceano Pacífico.

“Não sabíamos se rochas com essa idade [com bilhões de anos] poderiam abrigar vida”, conta Yohey Suzuki, principal autor do estudo e professor associado da Escola de Ciências da Universidade de Tóquio, em nota. Os detalhes sobre o achado foram descritos em artigo publicado na revista Microbial Ecology.


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Descoberta de vida em rocha de 2 bilhões de anos

A rocha de 2 bilhões de anos foi extraída do Complexo Ígneo de Bushveld, na África do Sul. A região é conhecida por seus ricos depósitos de minério e é responsável por cerca de 70% de toda a platina extraída no mundo.

Rocha de 2 bilhões de anos preserva amostras de micróbios primitivos, o que ajudará pesquisas sobre vida alienígena (Imagem: Suzuki et al. 2024/ Microbial Ecology)

Em especial, a amostra de 30 cm analisada pelos cientistas foi extraída a uma profundidade de 15 m. A rocha continha algumas fissuras, que eram densamente compactadas por argila. Neste ambiente em que nada entrava ou saía, estavam os micróbios vivos, como se estivessem selados em uma “cápsula do tempo” pela argila.

Além do isolamento de agentes externos, a argila, muito possivelmente, forneceu recursos orgânicos e inorgânicos vitais para alimentar os microrganismos por períodos tão longos de tempo. Ali, formou-se o ambiente ideal.

“Ao estudar o DNA e os genomas de micróbios como esses, poderemos entender a evolução da vida primitiva na Terra“, explica o professor Suzuki sobre a próxima etapa da pesquisa, que é rastrear as características desses seres. A ideia também é avaliar o quão diferentes são em termos genéticos com os micróbios atuais mais comuns.

Vida alienígena em Marte?

“Estou muito interessado na existência de micróbios subterrâneos não apenas na Terra, mas também no potencial de encontrá-los em outros planetas“, destaca o cientista Suzuki. Aqui, entra uma hipótese muito interessante de que, se existir vida extraterrestre e alienígena, ela deve se parecer com esses microrganismos encontrados na rocha de 2 bilhões de anos.

Neste ponto, o professor lembra que o rover Perseverance, da NASA, deve voltar em breve com amostras de rochas com idade similar coletadas em Marte. Esta será uma oportunidade única para os cientistas que se dedicam à astrobiologia, área voltada para investigações sobre a origem e a evolução da vida no universo.

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