Não podemos ter receio de tomar medidas para equilibrar contas públicas, diz Haddad
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o Brasil está no caminho para retomar o grau de investimento, e que o relatório divulgado pela Moody’s nesta terça-feira (1º) está em linha com o cenário trabalhado pela pasta.
O chefe da equipe econômica do governo reforçou que a melhoria da nota ainda “não está dada”, mas que o caminho para retomar a classificação é claro e que o trabalho está sendo feito.
“Aquilo que parecia distante está à mão se não tivermos receio de tomar as medidas necessárias para alcançar o reequilíbrio das contas públicas. Nada está assegurado, temos um caminho a trilhar e o que podemos fazer é perseverar na linha do que o relatório sinaliza”, disse na portaria do Ministério da Fazenda após a divulgação.
“É esse reequilíbrio que vai produzir resultados, trazer o investimento de volta, dar continuidade ao emprego e controlar a inflação. O caminho está dado e temos algumas milhas para atravessar.”
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A agência de classificação de risco Moody’s aumentou a nota de crédito do Brasil e manteve a perspectiva positiva para o país, colocando a um degrau do chamado grau de investimento, a nota de corte para que uma instituição ou país seja considerado um porto seguro de investimentos.
A Moody’s destacou o compromisso do governo com a meta fiscal e a expectativa com a estabilização da proporção dívida/PIB do país para manter sua perspectiva positiva.
Haddad reforçou que se o governo seguir perseverando no caminho de alinhar as políticas fiscal e monetária, no sentido de controlar a inflação, a estabilização da relação dívida/PIB deve se concretizar após anos de desequilíbrio fiscal.
O Brasil perdeu o grau de investimento em 2015, em meio a um período de recessão econômica. Haddad relembrou o período e apontou o desequilíbrio das contas públicas que se iniciou naquele momento.
Apesar de sua trajetória da dívida/PIB ter sido destacada pela Moody’s como positiva, a dívida pública bruta do Brasil registrou leve aceleração em agosto, a 78,5% do PIB, ou R$ 8,898 trilhões.
O ministro da Fazenda frisou que o governo tem incorporado a agenda de controle de gastos como uma necessidade do país e que a discussão de medidas para conter as despesas tem ganhado cada vez mais espaço à mesa de Lula.
Haddad também defendeu que o governo tem buscado outros caminhos para manter a economia do país saudável.
“O crescimento da economia é importante para podermos fazer o ajuste fiscal sem penalizar a população, sem cair na austeridade. As pessoas falam de ajuste fiscal, mas esquecem que a economia é muito mais do que isso. Nossas medidas de crédito, por exemplo, se refletem positivamente no crescimento”, pontuou o ministro.
Haddad destacou que o relatório da Moody’s também chamou atenção para a reforma tributária e as medidas voltadas à sustentabilidade que devem atrair investimentos de longo prazo ao país.
Este conteúdo foi originalmente publicado em Não podemos ter receio de tomar medidas para equilibrar contas públicas, diz Haddad no site CNN Brasil.