Saiba como são os exames toxicológico e psicotécnico, citados em debate em SP
O candidato à Prefeitura de São Paulo Guilherme Boulos (PSOL) exibiu um exame toxicológico durante o debate realizado pela TV Globo, nesta quinta-feira (3). Boulos mostrou o resultado negativo para detecção de cocaína no corpo, rebatendo acusações do candidato Pablo Marçal (PRTB) sobre uso de entorpecentes.
Além disso, o deputado federal ainda pediu que Marçal fizesse um exame psicotécnico, que avalia as capacidades de percepção, raciocínio, coordenação e de tomada de decisões. Já o exame toxicológico visa identificar o contato do corpo com uma substância tóxica.
O médico toxicologista do Grupo Fleury, Alvaro Pulchinelli, responsável pelo laudo de Boulos, conversou com à CNN e explicou como funciona o exame.
O doutor disse que a captação pode ser feita por sangue, saliva, urina, cabelo, ou pelos corporais. “A diferença é o tempo da janela de detecção da substância”, afirmou.
Leia abaixo todos os detalhes dos exames toxicológico e psicotécnico
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Toxicológico
Pulchinelli, que é diretor Técnico na Toxicologia Forense do Fleury, afirma que o teste avalia a presença da “droga-mãe” e de metabólitos no corpo, que são as substâncias já metabolizadas pelo organismo.
Após a coleta no exame, que é rápida, a amostra passa por duas fases. Na Triagem, já é possível determinar a presença ou não de drogas. Segundo o médico, é uma fase muito sensível e precisa.
Caso o resultado seja negativo, não há uma próxima etapa. Se for positivo, a amostra vai para a etapa Confirmatória, onde o resultado é definitivo.
Durante o exame, os médicos usam dois métodos para a identificação das substâncias, sendo o principal a espectrometria de massa. Veja abaixo:
Espectrometria de massa: a molécula analisada é “bombeada”, quebrando em diversas partículas diferentes, com tamanhos e cargas elétricas distintos.
Cromatografia: coloca-se a molécula analisada em uma coluna para separar os componentes de uma mistura.
As duas técnicas buscam separar a substância tóxica das moléculas. O exame é rápido e, a depender da demanda do laboratório, o resultado sai em poucos dias.
O médico explica que, apesar da coleta poder ser realizada em diversas fontes, há uma diferença em relação à janela de detecção da droga.
“Depois que passa o efeito da droga no corpo, amostras da substância ainda ficam presentes em algumas partes do corpo, por diferentes períodos”.
Por exemplo, a substância pode ser identificada no sangue e na saliva por até 36 horas. Já na urina, ela é retida por até 10 dias.
No cabelo, depende do tamanho dos fios. Quanto maiores os fios de cabelo, por um maior tempo a droga poderá ser identificada. Por meio da análise dos pelos corporais, é possível verificar o contato com o ilícito em até 180 dias.
O doutor ainda falou sobre as situações em que o exame toxicológico é aplicado.
“É obrigatório para motoristas que querem renovar a CNH, pessoas que trabalham como motoristas com carteira de trabalho (CLT) e aqueles que trabalham com aviação. O teste ainda pode ser feito para comprovar questões judiciais ou a reabilitação em uma demanda clínica”, disse Pulchinelli.
Psicotécnico
O Observatório Nacional de Segurança Viária explica que o teste é obrigatório para a obtenção da CNH (Carteira Nacional de Habilitação).
A avaliação positiva assegura que os motoristas conseguem agir de forma segura e responsável no trânsito.
O exame realizado pelo Departamento Estadual de Trânsito (Detran) é realizado por um psicólogo em uma clínica especializada e pode durar até uma hora.
Segundo o Observatório, as principais características avaliadas pelo exame são:
Atenção: capacidade de concentração
Comportamento: tempo de resposta
Coordenação Motora: controle de movimentos precisos
Memória: capacidade de lembrar das regras de trânsito
Personalidade: controle emocional
O artigo 9° da resolução 425/12 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) cita quatro possíveis resultados para o exame: Apto; Apto com restrições; Inapto temporário; Inapto
Este conteúdo foi originalmente publicado em Saiba como são os exames toxicológico e psicotécnico, citados em debate em SP no site CNN Brasil.