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Tempestades tropicais são radioativas e este avião de guerra pode provar

Os radioativos raios gama são liberados em eventos extraordinários, como explosões de supernovas, buracos negros e outras situações naturais. Nos últimos 30 anos, no entanto, pesquisadores descobriram que fenômenos mais comuns geram esse tipo de radioatividade — tempestades de raios

Clique e siga o Canaltech no WhatsApp O que acontece se um raio cair em um avião? Erupção vulcânica em Tonga produziu a maior tempestade de raios já vista

Tais eventos são divididos em Clarões Terrestres de Raios Gama (TGF, da sigla em inglês), que duram cerca de 100 microssegundos, e Incandescência de Raios Gama, que duram centenas de segundos. Na nova pesquisa, publicada em dois artigos na revista Nature, um novo tipo foi identificado, chamado Piscar de Raios Gama (FGF), ligado, aparentemente, ao brilho mais longo da radioatividade.

Aviões da Guerra Fria e raios gama

Segundo os pesquisadores responsáveis, da Universidade de Bergen e de Duke, há mais coisas acontecendo nas tempestades de raio do que sabíamos. De início, acreditava-se que os relâmpagos eram os responsáveis por gerar os raios gama, mas, aparentemente, é o contrário — quando raios surgem, eles tendem a seguir as emissões de raios gama, sendo que estes, então, guiam a descarga elétrica e a iniciam.


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Raios gama são gerados pela colisão de elétrons em tempestades, e, aparentemente, as descargas elétricas seguem o fluxo dessa radioatividade (Imagem: EL Caballero/CC-BY-S.A-3.0)

Segundo os cientistas, a formação dos raios ocorre por elétrons livres acelerados pelo campo elétrico intenso das nuvens, e, à medida que se movem para cima, eles interagem com moléculas de ar e água, colidindo a nível atômico. Tais colisões geram as reações que incluem a formação de raios de antimatéria e raios gama.

A investigação foi feita graças à Aeronave de Ciência Aérea de Alta Altitude ER-2, da NASA, um avião espião U2 reformado da Guerra Fria. Seu alcance é duas vezes mais alto do que o de uma nave comercial, e ele foi levado 20 km acima do Golfo do México dez vezes para estudar tempestades tropicais na região.

Os achados mostraram que a emissão de brilho gama não é estática, mas sim, muda constantemente, provavelmente limitando o acúmulo interno de energia. O tamanho importa na hora de gerar raios gama, então não são todas as tempestades que produzem essa radioatividade. Cerca de metade das tempestades tropicais conseguem, segundo os dados.

Segundo os cientistas, o fenômeno é como uma “panela borbulhante” em padrão e em comportamento. Essa emissão de raios gama, no entanto, não é perigosa — um ser humano teria de estar acima das nuvens ou no meio delas para ser afetado, e, se esse fosse o caso, preocupações muito maiores provavelmente estariam passando pela sua cabeça.

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